terça-feira, 28 de junho de 2011

O Poder das Palavras



Enquanto eu aguardava pacientemente (os computadores andam muito lentos? Ou sou que ando muito apressada?) que o documento com o título o Poder das Palavras fosse aberto, recordei-me de uma história contada por uma ex-aluna. Lembro-me bem dela na época do então chamado colegial. Era uma menina educada, inteligente e espirituosa. Além destas qualidades, também redigia muito bem.
 Já na idade adulta, hoje uma profissional bem sucedida, ela confidenciou-me um fato que repercutiu por toda a sua vida. Quando ela estava no terceiro colegial, a professora de redação, que ela idolatrava, escreveu em um de seus textos “Você é muito prolixa.” A partir daquele comentário infeliz, ela nunca mais conseguiu redigir sem sentir medo e insegurança.
            Hoje, ao receber este email com o citado anexo, que ainda não abriu, comecei a pensar na influência que nossas palavras, por vezes, impulsivas, têm sobre as pessoas. O ser humano, com sua característica gregária, cria laços e como dizia Saint Exupéry: “Tu te tornas responsável por tudo aquilo que conquistas.” Aprendi uma lição com minha aluna: elogiar sempre e muito, pois palavras positivas motivam e permanecem para sempre. Quanto às críticas, talvez seja melhor seguir o conselho de Francisco Xavier:” Antes de falar, vá até a cozinha e beba um copo com água. Se depois disso, ainda achar que deve ser falado, então vá em frente."
             Ainda sobre o mesmo tema ouso  mencionar uma frase me  fez parar para pensar:”A franqueza é a desculpa que se usa para magoar os outros sem pedir desculpas. A Franqueza nada acrescenta, só destrói." Sempre penso nisso, pois corrigir faz parte do meu cotidiano como educadora. Todavia, acredito que, após beber um copo com água ( e quem sabe com um pouco de açúcar)  podemos corrigir com doçura.



sexta-feira, 24 de junho de 2011

Com o pé na estrada

Todos nós aprendemos tocando, experimentando, sentindo, cheirando e ouvindo. É importante usar todos os sentidos reforçando nossas habilidades naturais e aprendendo. Por isso, após decidir o destino da viagem de férias seria interessante caprichar nas atividades que antecedem o dia tão esperado. Vale dizer: GOOGLE para todos. Vamos pesquisar o local, a história, a geografia e, principalmente, a alimentação. Ao estudar os pratos típicos,ensinamos e aprendemos que o alimento não serve apenas para nutrir. Por meio dele, estudamos geografia, vegetação e relevo. Por exemplo, os alimentos típicos do Nordeste são diferentes dos alimentos no sul do país pois o clima e o terreno são totalmente diferentes. Pesquisando a origem do prato típico, estudamos a história do local também. Seria interessante, também, procurar as receitas porque, deste modo, já saberemos de antemão o que nos aguarda e já vamos sentindo “água na boca”. Aproveitemos a tecnologia para construir o conhecimento de maneira leve e atraente. É uma oportunidade para fazer um trabalho em equipe, cada membro da família poderá se encarregar de um tema e, posteriormente, fazemos uma reunião para expor e trocar conhecimento.

Não menos importante, é aprender a fazer a mala. Cada um pode fazer sua mala, além de tornar-se independente e responsável, coopera com a família.

Boa viagem!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Elogios e críticas

Você elogia as pessoas? Com que freqüência? Quando dou palestras para professores, sempre ressalto a importância do reforço positivo. O aluno sente-se motivado, feliz, ou seja, desenvolve uma sensação de adequação e de que está no caminho certo. E esta questão não é só para crianças. Todos precisamos desse reforço positivo que atinge melhores resultados que a crítica, mesmo a chamada “ crítica construtiva” que é tão fácil de usar em auto defesa e tão difícil de digerir.

Um elogio pela manhã deixa quem ouviu e quem falou mais feliz pelo resto do dia. Pena que esta prática tenha caído em desuso. E está de tal maneira esquecida que algumas pessoas até estranham ao receber um elogio. Desapareceu entre as famílias, entre os colegas de trabalho..entre todos nós. Por isso, encontramos tantas pessoas bravas e desmotivadas. Elas carregam a sensação de não saber fazer nada direito.A auto-estima foi corroída pelo descaso e falta de estímulo.

Meditando sobre este assunto, deparei-me com um artigo de Marcos Meier ( fiz o link para este blog anteriormente), sobre o elogio. Marcos Meier coloca muito apropriadamente que precisamos saber elogiar:

“filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”, “parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”, “filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram... você é solidária”, “isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu videogame foi muito legal, você é um bom amigo”. Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é “tática” paterna, é incentivo real.”


Ele ainda acrescenta que vivemos uma época em que supervalorizamos a superficialidade. Elogiamos a beleza, o charme, os acessórios e roupas. São elogios baseados em interpretação pessoal e impressões.

Refletindo sobre o assunto, concluímos que não basta elogiar, precisamos elogiar fatos reais com honestidade. Parece difícil? É uma questão de prática. De olhar para as pessoas buscando suas atitudes positivas. Não encontra nenhuma? Talvez o problema esteja em você.Encerro com esta frase de Oscar Wilde:

Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo.
Oscar Wilde

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dinossauros

                            Assistindo  uma  palestra sobre qualidade na prestação de serviço,escuto a seguinte frase: “ Mude e marque”. Esta frase fez com que eu voltasse ao passado e lembrasse de minha mãe. Quando eu reclamava que queria  usar uma roupa que estava sendo lavada, ela dizia “se você fizer sempre a mesma coisa, obterá o mesmo resultado.”
                            Refletindo sobre isso, percebi o quanto temos medo de mudar, de fazer diferente. É assustador sair da zona de conforto e inovar. Porém, não podemos mais nos restringir àquele provérbio; TIME QUE TÁ GANHANDO NÃO SE MEXE.  Mexe sim e morre quem não o fizer. Precisamos ter  em mente que por mais difícil que nos pareça, temos que buscar outros meios ou caminhos mesmo quando tudo está bem ou parece bem.
                             A vida hoje em dia é muito rápida. As pessoas comunicam-se com muito mais rapidez e também se cansam com muita facilidade. Um produto que é o máximo num dia, no outro é mera lembrança. O bom profissional é aquele que está sempre inovando, criando, transformando. Haja vista que, ainda outro dia, High School Musical era uma febre entre as crianças e pré-adolescentes; entretanto, hoje eles não querem nem ouvir falar no assunto.
                             Nesse mesmo seminário, um palestrante afirmou que os dinossauros morreram pois não souberam adaptar-se às mudanças que estavam ocorrendo. Retorno como num círculo: MUDE E MARQUE, mesmo que o seu time esteja ganhando.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tempo de sobra

Sabrina com Audrey Hepburn

Sempre me recordo de uma cena do filme Sabrina na qual a personagem pergunta a Lions o que ele fez com o tempo que ele economizou indo de helicóptero ao invés de ir de carro, apreciando a paisagem. Lembro-me, que ele emudeceu diante do questionamento da moça. Da mesma forma, às vezes corro tanto tentando economizar tempo e depois vejo que serviu apenas para me ocupar ainda mais. Nada contra meu trabalho, minhas tarefas domésticas ou meus filhos. Ao contrário, amo meus filhos, minhas aulas e minha casa. Porém, há uma compulsão moderna que nos impulsiona a não parar nunca.

O ócio parece ser proibido embora a revolução tecnológica tenha inundado de conforto nossas vidas. Apesar de uma imensa variedade de coisas que facilitam nosso dia a dia, não encontramos tempo disponível para cultivar o nosso lado afetivo. O desenvolvimento tecnológico nos tempos modernos fundamenta-se na crença cega de que não podemos parar, há sempre o que aprender, conquistar, possuir descobrir, experimentar...sempre há novas possibilidades e nos sentimos impulsionados a não parar. O convívio reconfortante com a família e os amigos parece apenas uma quimera. A cultura do materialismo e do individualismo tem provocado erosão dos laços afetivos. A cada dia estamos mais cercados de aparatos tecnológicos que economizam tempo, todavia, mais sozinhos.
Este quadro precisa ser revertido. A tecnologia é uma ferramenta para ser usada em nosso favor com sabedoria. Os momentos que passamos com nossas famílias e amigos são essenciais e precisam não apenas ser cultivados, como também, priorizados.

 

sábado, 4 de junho de 2011

Junte-se ao inimigo






Lições de redação, produção de texto, criatividade, narração, descrição, ficção...quando eu estudava, os professores e pais reclamavam que os alunos não sabiam escrever nem se interessavam em aprender técnicas de redação. Os professores esforçavam-se ingloriamente, os exames vestibulares reprovavam assustadoramente e nada parecia surtir efeito e provocar uma mudança. Muitas escolas mudaram o método de ensino na tentativa de obter melhores resultados, mas nada parecia obter êxito.



De repente, a internet invadiu nossas vidas, casas e escolas. Uma reviravolta em nossos estilos de vida. Claramente, observamos que nunca nossos jovens escreveram ou leram tanto. MSN, Torpedos, mensagens de textos, Orkut, Facebook, Tumblr, Blog , Email, Fics,Formspring e tantas outras ferramentas de comunicação. Criatividade é o que não falta, admiro as charges, as fotos, as piadas e brincadeiras, postadas por meio de blogs ou no Tumblr. Nunca na história da humanidade comunicaram-se tanto por escrito.



Novas formas de comunicação trazem controvérsias. São criticadas pela informalidade ou por alienar os jovens. No meu ponto de vista, são apenas diferentes. Cabe ao professor, juntar-se ao movimento e trabalhar juntamente com a tecnologia. Vejo meus filhos apresentando desde tenra idade trabalhos em PowerPoint, utilizando câmeras para capturar fotos e imagens, usando planilhas, analisando gráficos construídos por eles mesmos após pesquisa de campo, fazem trabalhos em equipe sem se reunirem pessoalmente, tudo  on-line, possuem emails coletivos que todos da classe acessam.Vejo-os também, ainda no Fundamental I já utilizando as Normas para apresentação de trabalhos científicos. Ainda em tempo, enfatizo o poder de síntese que desenvolveram, pois em 140 caracters são capazes, via twitter, de falar de seus sentimentos, vida, rotina. Houve, sem dúvida uma grande evolução.



Os jovens estão construindo o conhecimento de novas maneiras. Saliento que são inovadoras, porém não menos nobres. Sugiro que ao invés de criticar as abreviações, a ortografia ou a falta de acentuação, façamos o inverso. Conquistemos a atenção do jovem indo ao mundo virtual em que vive e dele partindo para mostrar outros padrões lingüísticos e formas de expressão. Eles têm muito potencial e com certeza nos surpreenderão. O bom professor é aquele que sem medo, como no Mito da caverna, dirige-se ao fundo, onde estão os alunos e os resgata construindo o conhecimento e mostrando uma outra realidade sem juízo de valores.