segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tempo de sobra

Sabrina com Audrey Hepburn

Sempre me recordo de uma cena do filme Sabrina na qual a personagem pergunta a Lions o que ele fez com o tempo que ele economizou indo de helicóptero ao invés de ir de carro, apreciando a paisagem. Lembro-me, que ele emudeceu diante do questionamento da moça. Da mesma forma, às vezes corro tanto tentando economizar tempo e depois vejo que serviu apenas para me ocupar ainda mais. Nada contra meu trabalho, minhas tarefas domésticas ou meus filhos. Ao contrário, amo meus filhos, minhas aulas e minha casa. Porém, há uma compulsão moderna que nos impulsiona a não parar nunca.

O ócio parece ser proibido embora a revolução tecnológica tenha inundado de conforto nossas vidas. Apesar de uma imensa variedade de coisas que facilitam nosso dia a dia, não encontramos tempo disponível para cultivar o nosso lado afetivo. O desenvolvimento tecnológico nos tempos modernos fundamenta-se na crença cega de que não podemos parar, há sempre o que aprender, conquistar, possuir descobrir, experimentar...sempre há novas possibilidades e nos sentimos impulsionados a não parar. O convívio reconfortante com a família e os amigos parece apenas uma quimera. A cultura do materialismo e do individualismo tem provocado erosão dos laços afetivos. A cada dia estamos mais cercados de aparatos tecnológicos que economizam tempo, todavia, mais sozinhos.
Este quadro precisa ser revertido. A tecnologia é uma ferramenta para ser usada em nosso favor com sabedoria. Os momentos que passamos com nossas famílias e amigos são essenciais e precisam não apenas ser cultivados, como também, priorizados.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aguardo seus comentários.Eles são muito importantes para mim pois meu objetivo é aprofundar conhecimentos e esclarecer minhas próprias dúvidas.