terça-feira, 27 de agosto de 2013

Fim da temporada de cruzeiros


Hoje entendo o que minha mãe queria dizer com tem que saber fazer para poder mandar. Deparo-me todos os dias com jovens acostumados de tal forma a só receber tudo pronto que estão crescendo achando que o mundo existe para servi-los.
Içami Tiba defende o ponto de que o jovem precisa ter obrigações dentro de casa para sentir-se membro integrado da família. Então, preocupo-me com jovens que nunca fizeram suas camas, não foram ao supermercado nem sabem onde ficam as coisas nos armários.
Aconselho aos senhores pais que encerrem a temporada de cruzeiros  dentro de seus próprios lares  onde após o banho larga-se a toalha no chão, a cama surge  feita, o quarto materializa-se arrumado, toalhas limpas brotam no banheiro e garçons sorridentes estão sempre prontos para servi-los.
Está mais do que na hora de guardar suas próprias coisas, preparar lanche para toda a família, lavar louça e servir.
Para enxergar como vive a maioria dos brasileiros, é preciso ir até eles e, nesse quesito, um trabalho voluntário mesmo que imposto é primordial.
Como disse Mário Sérgio Cortella em recente palestra, nossos jovens precisam entender que vaca não dá leite. É preciso madrugar e ordenhá-la. nada vem de graça e sem esforço.
Sempre é tempo de aprender. Não é preciso esperar que  a vida ensine.

8 comentários:

  1. Anna:

    Este é o método mais eficiente para se produzir adultos intragáveis e indolentes.
    Pessoas que não sabem fazer nada e nem querem aprender.
    Conheço mulheres que não sabem fazer um café, cozinhar um ovo ou preparar uma salada. E, pior, se ufanam desse despreparo. Quanto maior a distância da cozinha, melhor. Homens que nunca foram apresentados a uma vassoura, a um ferro elétrico ou tremem nas bases diante de um fogão.

    Perdi a conta do número de vezes que fui "convidado" a encerar a casa inteira, a limpar cozinha e lavar banheiro com a inefável "Pasta Joia", a aprender a fazer feijão, arroz, a deixar o macarrão no ponto certo, a lavar as louças do jantar e do café da manhã e até a preparar a mamadeira do meu irmão, dez anos mais moço.
    Engraxar os sapatos e escovar o uniforme da escola eram tarefas diárias e obrigatórias.
    Nunca fui um adolescente traumatizado por isso, embora reclamasse de vez em quando, sem sucesso. Até agradeço esses ensinamentos porque muito me serviram na vida adulta.
    Minha ex-sogra (Deus a tenha), uma senhora muito bem intencionada, mas de péssima didática, produziu uma criatura que dizia ter horror ao fogão e que odiava cozinhar. Tinha prazer em dizer que não sabia fzer nada e nem queria aprender, já que não "nasceu prá esse tipo de vida". E não sabia mesmo!
    Seu sonho era ter um séquito de serviçais e uma sineta de prata.
    O navio desse cruzeiro naufragou após colidir com o iceberg.

    R.Floyd

    ResponderExcluir
  2. Caro Mr. Floyd,
    Vc pode me explicar como vc caiu nessa família???
    E se ela não sabia fazer nada, como sabia dizer o que queria e como queria que fosse feito??
    Os pais hoje em dia tentando poupar seus filhos, acabam despreparando-os para a vida. Às vezes,algumas alunas me dizem que não precisam saber fazer pois não vão casar. Eu te pergunto e precisa casar pra fazer serviço de casa? Não tem como fugir..cedo ou tarde morando sozinha ou não, terão que enfrentar a realidade da vida.O Brasil se aproxima do fim das empregadas domésticas como na Europa e nos EUA e aí???Obrigada pelos comentários sempre enriquecedores.
    Anna

    ResponderExcluir
  3. Anninha:

    Aos dezessete anos, um homem só tem dois sentidos funcionando perfeitamente: tato e paladar. Os demais são totalmente inoperantes.

    R.Floyd

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mr.R. Floyd,
      Sua história começou cedo hein? Gostei da explicação.
      Anna

      Excluir
  4. Anna:

    A saga oficial, um pouco mais tarde. Vinte e quatro. Mas as escaramuças preliminares, aos dezessete. Só esses dois sentidos estavam ativos e operantes e extraordináriamente bem.

    R.Floyd

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro R.Floyd,
      O problema é quando os outros sentidos despertam, não é? A situação fica insuportável. Tenho um em casa com 15 e vários alunos nessa situação..Mas, e quanto às meninas, vc conseguiu criar como em sua família? Ou o cruzeiro foi instalado?

      Excluir
  5. Anninha:

    Negativo. O meu navio não tem configuração para cruzeiros. É muito mais adequado para operações militares.

    R.Floyd

    ResponderExcluir
  6. Caro R. Floyd,

    Vc me fez lembrar do musical A noviça rebelde por causa do capitão. Acredito que vc tenha feito um bom trabalho!

    ResponderExcluir

Aguardo seus comentários.Eles são muito importantes para mim pois meu objetivo é aprofundar conhecimentos e esclarecer minhas próprias dúvidas.