quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Outlander - a viajante do tempo


Impossível não se encantar pela Escócia, especialmente através dos olhos de uma viajante do tempo que se apaixona por um escocês em 1743. Não vou descrever a história, criticá-la, defendê-la nem tampouco resumi-la.  Outlander merece muito mais com suas passagens brilhantes e aprisionantes. Impossível parar de ler ou não rever a série muitas vezes. Entretanto, vou deter-me em uma passagem em especial:

         “Jamie não era meu primeiro herói. Os homens passavam depressa demais pelo hospital de campanha, de um modo geral, para que as enfermeiras pudessem conhecê-los bem, mas de vez em quando se via um homem que falava muito pouco ou fazia pilhérias demais, que se mantinha mais tenso e reservado do que a dor e a solidão poderiam explicar.
         E eu sabia, grosso modo, o que podia ser feito por eles. Se houvesse tempo e, se  fossem do tipo que conversavam para manter a escuridão à distância, sentava-me com eles e ouvia. Caso ficassem calados, eu os tocava sempre que passava por eles e ficava à espreita do momento oportuno, quando poderia fazê-los se abrir, e os abraçava enquanto exorcizavam seus demônios. Se houvesse tempo. Se não houvesse, aplicava-lhes morfina e esperava que conseguissem encontrar alguém que os ouvisse, enquanto seguia em frente, para atender aqueles cujos ferimentos eram visíveis.``( em Outlander,  a Viajante do Tempo, de Gabaldon, Diana, editora Saída de Emergência Brasil, p.713)

Assim, a enfermeira inglesa Claire Beauchamp Randall  Fraiser descreve com perspicácia e arguidade seu trabalho na enfermaria de campanha durante a Segunda Grande Guerra. Um momento em que ela trata não apenas das feridas visíveis, mas também das feridas da alma.
Esta passagem me fez meditar sobre quantas vezes não ouvimos, não queremos ouvir, não percebemos, não temos tempo ou, simplesmente, adiamos para depois, aquele momento em que deveríamos apenas escutar.
Estamos na era da comunicação, mas pouco ouvimos. Falamos todos ao mesmo tempo sem sequer ouvir a própria voz do coração e da intuição. Mas, ainda é tempo..será?
Por trás de toda atitude, existe uma história que merece  e grita para ser ouvida.

Um oferecimento:




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